terça-feira, 9 de maio de 2017

#ChegadeBullying: atividade escolar incentiva alunos a denunciarem ofensas

EDUCAÇÃO SP

Escola da capital ensina a importância do combate ao bullying e consegue resultados satisfatórios
Escola da rede ensina aos alunos a importância de combater o Bullying
Bullying é algo muito sério, mas que pode passar despercebido por adultos mais desatentos. Por isso, é muito importante prestar atenção nas atitudes das crianças e adolescentes, dentro e fora da escola. Geralmente, as crianças que sofrem bullying apresentam sintomas de timidez, baixo autoestima, falta de confiança em si mesmo, preferem ficar sozinhas, entre outras psicoses. Muitas vezes, sua prática é velada, o que torna o combate ao bullying mais difícil. Mas, uma coisa é certa: o bullying é crime, e denunciar às autoridades competentes é sempre a melhor forma de combate-lo.

De origem inglesa, a palavra bullying classifica o ato caracterizado pela violência física e/ou psicológica, praticado de forma intencional e continuada, cometido tanto por um indivíduo, como por um grupo, contra alguém, sem apresentar um motivo claro. É a chamada “perseguição espontânea”.

Há alguns anos, era comum ver as mesmas práticas que caracterizam o bullying atualmente serem classificadas como discórdias entre as crianças, ou brincadeiras, mesmo que de mal gosto. No entanto, pelo menos na última década, a sociedade tem prestado maior atenção no problema, a ponto de perceber que o bullying é reconhecido como problema crônico nas escolas, e com consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para agressores.
Na E.E. Professor Sergio Murilo Raduan, na zona Sul de São Paulo, um trabalho de combate ao bullying foi iniciado por meio do professor Joel Teles Bertin Filho. Na escola, o docente reúne os alunos na sala de audiovisual e palestra o tema, sempre dando a oportunidade do debate, para que os alunos cheguem à conclusão de que caçoar do colega não é legal. Ele explica que “o trabalho de combate ao bullying foi iniciado a partir do momento que os professores e a direção da escola perceberam os conflitos dentro da unidade. E também a partir de gráficos, pois a gente vêm trabalhando com dados que mostram esse tipo de ocorrência. Aí, sentiu-se a necessidade de combater o bullynig dentro da escola”, esclarece Joel.
Sobre o projeto, Joel chama a tenção para uma ferramenta importante para que as vítimas procurem ajuda: a caixa de denúncia anônima. “Nesses anos eu tenho percebido que muitos alunos têm medo de se identificar. Então, dessa maneira, ele vai lá e deposita sua queixa e eu, periodicamente, retiro e chamo esse aluno para conversar, juntamente com o agressor. E tem surtido efeito positivo”, garante. Segundo o professor, foram nove denúncias em 2016, enquanto que no primeiro semestre de 2017, apenas uma denúncia foi feita. Uma queda considerável, fruto da conscientização.
A família é parte fundamental na luta contra a violência física e psicológica. Para o professor Joel, “é interessante, quando você tenta combater o bullynig, chamar vítima e agressor. E, na medida do possível, é bastante positivo chamar a família também para essa roda de conversa. Com a família participando o resultado é a curto prazo”, elucida.
Para a professora Aparecida Donizete dos Santos Marques, que também leciona na unidade escolar, o trabalho de conscientização contra o bullying dentro da escola é muito importante. “A importância não é só dentro da escola, como eu acredito que para a vida desses meninos, posteriormente. Porque essa coisa do bullying marca muito. Daqui a pouco eles estão com 30, 40 anos e eles não vão esquecer do que passaram, se sofreram bullying. E dentro da escola é importante para que haja um clima de amizade, de confraternização, de paz, porque, senão, vai ter sempre um sofrendo, um chorando, e aquele bando rindo. Isso gera conflito. Pode gerar brigas aqui dentro, brigas lá fora”, ilustra.
Prestar atenção no seu filho, na sua filha e/ou nos seus alunos é fundamental, pois o bullying pode prejudicar a formação do caráter de uma pessoa. Assim, os traumas que sofreram se tornam prejudiciais a eles mesmos, à sociedade e sua própria família.

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