segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Escola abre guerra ao bullying

Com nova lei, unidades escolares lançam cruzada para tentar combater bullying em Taubaté
Redação / Gazeta de Taubaté
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Foto: Rogério Marques/08-09-2014
Foto: Rogério Marques/08-09-2014
Desde o início do ano letivo, escolas, clubes e agremiações recreativas devem realizar ações de prevenção e de combate ao bullying. É o que diz uma nova lei, intitulada Programa de Combate à Intimidação Sistemática e que foi sancionada em novembro de 2015, começando a valer este mês.
O texto diz que as escolas devem fazer campanhas educativas, além de orientação e assistência psicológica, jurídica e social às vítimas e aos agressores. Em São José e Taubaté, as escolas municipais já fazem o combate ao bullying.
“A lei mostra a preocupação do governo federal com uma situação que tem vitimado nossas crianças e adolescentes de uma forma sistemática e com sérios danos. É necessário se cuidar da vítima e da família, mas também do agressor, que por via de regra, é alguém que já foi vitimizado”, disse a secretária adjunta da Secretaria de Educação de São José, Marcia Vanzella.
Em Taubaté, a Secretaria de Educação tem o NAP (Núcleo de Apoio Pedagógico), que atende e acompanha os casos de bullying ocorridos nas unidades escolares do município.
Este serviço tem uma equipe multidisciplinar com psicopedagogas, assistente social, psicólogas e fonoaudióloga.
A direção das escolas ao detectar a prática de bullying encaminha os alunos, quem sofreu e quem praticou, para serem atendidos pelo NAP.
NOVA LEI/ Entre as ações previstas pela nova legislação está a capacitação de docentes e equipes pedagógicas. Segundo o texto, o que caracteriza o bullying é todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à vítima em uma relação de desequilíbrio de poder entre os envolvidos.
Ainda de acordo com a legislação, a punição aos agressores, em casos de bullying, deve ser evitada, tanto quanto possível, utilizando métodos alternativos que responsabilize o agressor e que mude seu comportamento hostil.
A previsão é que sejam produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de bullying nos estados e municípios para o planejamento das ações.
VÍTIMA/ O estudante Victor Caulí, de 19 anos, morador de São José, sofreu bullying desde a infância. A briga de Victor com os irmãos, meninos, mais velhos, começou quando eles falavam que ele, que é homossexual, tinha um jeito efeminado.
Na terceira série do Ensino Fundamental as brincadeiras se agravaram e Victor, que já havia aguentado a situação por quatro anos, teve que mudar de escola por não aguentar as ofensas.
“Foi lá que comecei a ter ataques de bullying. Na minha turma tinha dois garotos, e uma garota que me zoavam, eles viam que eu não conseguia me enturmar com os meninos pelo fato de eu preferir ser amigo das meninas”, disse Victor.
Estado tem professor mediador para combater bullying
As ações contra o bullying realizas pela Secretaria da Educação do Estado são anteriores à nova lei. Segundo a secretaria o combate ao bullying já é desenvolvidos nas escolas desde 2009, com ações como o “Professor-mediador”, que são multiplicadores das ações realizadas contra bullying com os professores de classes.
Outro método contra os ataques de bullying é a campanha “Chega de bullying: não fique calado”, que é uma parceria com o Cartoon Network. No ano passado, em parceria com o Instituto Sou da Paz, foram distribuídos um novo material informativo e os professores passaram a utilizar as dinâmicas teatrais como instrumento pedagógico para a prevenção e combate aos conflitos entre colegas, com foco no bullying e no combate à essa prática.

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