No dia 13 de fevereiro de 2013, Nora Fraisse chegou a casa e viu a sua filha, Marion, de 13 anos, enforcada no quarto. Ao lado tinha o telemóvel, simbolicamente enforcado também, para que quem a encontrasse depressa percebesse que naquele pequeno dispositivo móvel estavam alguns dos motivos da sua morte. No dia seguinte, depois de um jornal francês divulgar uma carta escrita pela criança encontrada pela polícia, os pais vieram a saber que a filha tinha sido vítima de bullying e cyberbullying durante meses a fio.
Os pais de Marion nunca desconfiaram que a filha era uma vítima. Sabiam que fazia parte da turma mais problemática da escola e já tinham pedido várias vezes para que a aluna exemplar mudasse de turma, mas sem sucesso. Os pedidos foram sempre ignorados, tal como a família da adolescente foi desprezada por toda a escola depois do suicídio. O diretor ordenou a todos os professores que não contactassem a família e aconselhou os pais a fazerem o mesmo. Mentiu, dizendo que os familiares de Marion não queriam ser contactados.
Mais tarde, e depois de falar com vários pais de colegas e amigos da filha, Nora Fraisse descobriu como a escola tentou ignorar o assunto e decidiu escrever num livro a história da filha, em jeito de homenagem e alerta. Todas as informações estão patentes nesse livro que tem agora uma versão em português.