segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Liderando a geração Abercrombie & Fitch … voce sabe ?

Num voo direto de São Paulo para Telaviv, após 10 horas num jato, pego o taxi e ao prestar atenção nas ruas já vi representantes da nova geração Abercrombie & Fitch. No condominio da minha filha , la estão eles todos reunidos, em São Paulo, representantes dessa geração. Eles estão e são globalizados, curtem festas do pijama, ” home parties “, amam assistir filmes de terror, brincam de hora da verdade, e ficam fascinados com os musicais americanos, Lady Gaga, Rebeca Black e, uma parte deles, com o Justin Bieber. Ipad’s, celulares, blackberries, notebooks nem pensar em não ter. Condenam o ” bullying “, e acreditam que Cebolinha e Mônica ( que nos perdoe o Mauricio de Souza ), o Picapau, e o Chaves, são exemplos de constantes pegadinhas e incentivadores do tal do ” bullying “.

A geração Abercrombie & Fitch é fácilmente identificada pela moda, pelo vestuário com a marca, e congrega essa nova geração que já nasce virtual e realmente ” globalizada “. Vivem um mundo de Alice, e um projeto onde só reina alegria, felicidade, prazeres, conforto, comodidade, viagens, encontros para rafting e shopping, e também apoio e suporte terapèutico desde cedo. Orbitam a faixa dos 12 aos 15 anos, são bem educados, como regra, e olham para o mundo a partir das janelas dos seus condominios, e do transporte de pais e mães, no leva e traz para e das suas escolas. Os professores são rigorosamente observados pelos pais, dessa geração, que sofre de profunda dicotomia de valores, entre a luta pelo sucesso e a riqueza, versus a avaliação de um mundo que parte de 7 bilhões de seres humanos para 9 bi; com uma base da pirãmide social gigantesca prometendo uma sonora pororoca entre a zona de conforto dos desenvolvidos com a fome de progresso, acesso aos bens , de chineses, indianos, africanos, latinos americanos e da galera nos chamados ” em desenvolvimento “.  Como será a liderança com essa geração Abercrombie & Fitch ? Como é nas escolas, agora, na rua, nas drogas, na visão de mundo, no trabalho, no comprometimento, na sustentabilidade , e na resiliência ?  Estamos entrando na primeira de todas as gerações verdadeiramente globalizadas. Acesso universal à internet. Desejo de sucesso e principalmente ” fama “.

Em pouquissimos anos, eles virão como estagiários, trainees, e funcionários das empresas. Uma parte deles já pensa em ser empreendedor á, e um pequeno percentual poderá vir a ser parte dos ” enteenpreneurship “. empresários ” teen “.  Nâo terão, como regra , dramas de moradia, recursos básicos, pois seus zelosos pais, tendem a deixar uma vida patrimonial bem mais segura, do que aquela que receberam dos seus pais e avos.  E, principalmente, eles não crescerão com parte das dificuldades, que marcaram as gerações anteriores . Nem revoluções militares, guerras, ou fome de verdade. Porém a história humana é incerta, caótica, imprevisível. Quando a geração Abercrombie &  Fitch fica desapontada, ou se sente magoada, a reação é de indignidade e profunda revolta com o entorno que não cede, naquilo que virou pensamento liquido e certo de direito adquirido: Sucesso, Fama e Felicidade , numa volupia de sonhos catapultados pela vontade determinante da possibilidade de conquistar tudo. Muitos falam da geração Y, e do que pensam e como querem ser tratados. Na Geração A&F, um mundo ainda não estudado, sobre a arte de liderar,  precisará ser desenvolvido desde já. Pois o que ocorre de verdade é que eles estão na liderança do mundo globalizado, e isso veio numa velocidade inimagnável para os atuais filósofos e pensadores. Imagine então nossas escolas, empresas, mídia, leis, e instituições.  Eu me sinto liderado por eles. Essas crianças não são mais as mesmas. O mundo não será nunca mais o mesmo. Abercrombie & Fitch é só o começo do fetiche.

Fonte: Revista Exame

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