quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Projeto nas escolas orienta crianças a dizer “não” às drogas

Gisele Mendes

O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), implantado em Três Lagoas há 12 anos, orienta, em média, 1.500 crianças de nove a 12 anos, anualmente. De acordo com um dos instrutores do Proerd e sargento da Polícia Militar (PM) Jefferson Barbosa de Paula, o programa tem como foco ensinar os alunos a resistirem às drogas lícitas (cigarro e bebida alcoólica) e às ilícitas (maconha, cocaína, entre outras). Para o sargento, o cigarro e o álcool são a porta de entrada para o consumo das drogas.

A equipe do programa, composta por quatro policiais militares, visita semanalmente as escolas das redes municipal, estadual e particular. Com base em uma cartilha com 11 lições e mais duas extras, que são distribuídas aos alunos gratuitamente, eles ministram as aulas que duram cerca de duas horas. Segundo Jefferson, os alunos mostram interesse no assunto. “Eles são participativos e questionam tudo”, disse.

O bullying também é um dos assuntos discutidos em sala de aula. Um dos fatos que chama a atenção dos instrutores é que a maioria dos alunos presencia, ou até pratica o bullying, porém, não sabe que é um ato de violência. “Às vezes, eles colocam apelidos que acabam ofendendo e não têm noção de que isso é bullying. Com as informações que passamos, todos ficam mais conscientes sobre o problema e acabam evitando certos comportamentos ofensivos”, explicou.

Instrutor há 11 anos, o sargento Jefferson de Paula disse que um dos fatores que mais chama sua atenção é a evolução do Proerd nas escolas. Anteriormente, eles davam aulas para poucos alunos, entretanto, no decorrer dos anos, o número aumentou radicalmente. “Não tenho estatísticas antigas, por isso não cito números, mas eu garanto que hoje o número de alunos que são alcançados pelo projeto é surpreendente”, disse.

DIFERENCIAL
Atualmente, as aulas têm sido diferentes. Um aluno, considerado exemplo de conduta, participa das aulas como “professor”. Segundo Jefferson, o estudante é escolhido “a dedo”. Antes de eleger o modelo positivo, como é rotulado pelos instrutores, o indicado tem sua vida investigada. “Nós analisamos a vida dele, primeiramente na escola, em casa com a família e nas ruas, durante os seus períodos de lazer”, comentou. O sargento explicou que essa medida foi tomada para incentivar os alunos a terem boa conduta, e, segundo ele, tem funcionado.

SUPERAÇÃO
Um dos exemplos de superação que é sempre lembrado nas aulas é o de uma garota de 12 anos. Ela foi até o sargento e confessou que era viciada em tabaco, mas gostaria de parar de fumar. “Foi orientada e acompanhada pela equipe do Proerd. Até que um dia, a criança me procurou novamente, mas dessa vez para comunicar que havia largado o vício”, lembrou.

Fonte: Jornal do Povo de Três Lagoas

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