sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Evento discute violência nas escolas do Pará

Responsável dor policiamento escolar dá orientações à educadores.
Pesquisa mostra que 35% dos alunos viram armas na escola.

Do G1 PA

Representantes de 20 escolas públicas do Pará participaram nesta quinta-feira (6) de uma reunião com a Assessoria de Segurança nas Escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os educadores discutiram propostas e procedimentos para lidar com a questão da prevenção e promoção da segurança no ambiente escolar. 

Em Belém, 35% dos estudantes da rede pública já teriam sido  (Foto: Mácio Ferreira / UFPA) 
Em Belém, 35% dos estudantes da rede pública
já teriam sido (Foto: Mácio Ferreira / UFPA)

Durante o evento, a Companhia Independente de Policiamento Escolar (Cipoe), Polícia Civil e o Pró-Paz Integrado - projeto que trabalha com crianças e adolescentes vítimas de violência - repassaram orientações a serem seguidas pelos diretores das escolas e tiraram dúvidas sobre como prevenir os conflitos dentro dos muros do colégio.

O major Marcos Paulo Barros, comandante do Cipoe reforçou a orientação de incentivar a colaboração da comunidade escolar para resolver os problemas e a importância de averiguar as informações que devem ser repassadas à Policia Civil.

Ele também destacou projetos que estão sendo desenvolvidos dentro das escolas e que já estão apresentando resultados positivos, como o “Eu também faço parte” e o “Rede Escola Cidadã”. O primeiro teve seu projeto-piloto desenvolvido na escola estadual Mário Barbosa, na Terra Firme, e já registra baixíssimos índices de casos de violência escolar. “Antes, os problemas eram frequentes, agora a polícia já pouco interefere na rotina da escola”, frisou o major.

A assessora de Segurança Escolar da Seduc, Heloísa Aguiar, reforçou a importância dos registros de ocorrência em casos de violência estudantil e solicitou um retorno da polícia sobre as ações que serão implementadas para solucionar os problemas apresentados pelos gestores. “Esperamos um posicionamento da polícia quanto ao que está sendo feito, para que também possamos dar uma satisfação à sociedade”.
 

Casos de violência
Uma pesquisa realizada pela Unesco em 2002 em vários países, inclusive no Brasil, estima que 40% dos alunos matriculados na rede pública já foram autores ou vítimas de agressões. Segundo o estudo, 38% dos estudantess já faltaram as aulas por medo, assim como 29% dos professores. De todos os alunos matriculados nos locais analisados, 85% já teriam se envolvido em alguma briga dentro das escolas.

Já em Belém, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPA) entre 2007 e 2009, aponta que 35% dos estudantes de escolas da rede pública já viram armas de fogo ou arma branca dentro do espaço escolar. Agressores e vítimas de violência dentro dos colégios belenenses teriam, em média, de 15 a 24 anos e os principais tipos de agressões seriam verbais ou ameaças.  

Em agosto, uma estudante de 17 anos morreu após ser esfaqueada pela parente de uma colega de classe em frente á escola onde estudava na cidade de Barcarena, na região metropolitana de Belém. 

Em junho, um adolescente de 14 anos foi esfaqueado nesta segunda-feira (25) por um colega dentro de uma escola municipal em Paragonimas (PA), sudeste do estado. O jovem chegou a perder um dos rins, teve complicações e não resistiu.

 

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