quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Diretora de escola do Park Way nega bullying e agressões contra menina de sete anos

Para ela,  os fatos foram isolados e não configuram bullying

Do R7
Pais mostraram a camiseta da filha de sete anos toda ensanguentada por conta dos ataques dos colegas de classeReprodução/TV Record Brasília
A diretora da Escola Classe Ipê do Park Way (DF), Sandra Moreno, decidiu se pronunciar nesta terça-feira (3) sobre o suposto caso de bullying que uma menina de 7 anos teria sofrido na instituição de ensino. Ela diz que não foi devidamente avisada pelos pais sobre as agressões e que tudo não passou de algo normal no cotidiano das crianças.
— Ela [a criança] estava passando no horário da recreação e levou uma bolada. Mas foi uma coisa acidental, não foi nada direcionado a ela. Nesse caso, a gente fez uma advertência oral para que eles tomassem mais cuidado ao jogar bola na hora do recreio e conversamos com as crianças menores para que não andassem ali naquele horário para que não cause acidentes.
Segundo os pais da criança, a menina foi vítima de destrato constante pelos colegas e chegou a ser agredida na escola. Os maus-tratos duraram dois anos até que no 19 de outubro, durante uma atividade artística, uma aluna jogou um carrinho de brinquedo contra a menina e machucou a testa dela. A lesão foi tão grave que o uniforme ficou ensanguentado. Os pais decidiram tirar a menina da escola.
A família conta que, no início, a criança era perseguida no colégio porque tinha estrabismo, um desalinhamento nos músculos dos olhos. Mas, mesmo depois de cirurgia e da correção, a violência piorou.
— As agressões mudaram de agressões verbais para físicas. Menos de um mês depois da cirurgia, ela sofreu um soco no olho — afirma o pai da criança, Vilmar José.
A própria menina relata como as agressões aconteceram, e diz que a professora não repreendia os colegas dela.
— Já me bateram demais, e eu não gosto. Aí a professora não fazia nada, simplesmente quando eles me batiam, ela colocava gelo.
O acidente com a bola aconteceu no dia 12 de maio deste ano e, no dia 6 de agosto, aconteceu uma nova agressão. A professora relatou que uma coleguinha de classe fez uma brincadeira de mau gosto e a menina acabou com o dedo machucado. Em resposta, os pais disseram que já perderam as contas de quantas vezes a filha voltou pra casa se queixando de agressões e pediram providências.
— As agressões foram piorando cada vez mais, prensando a mão da nossa filha na porta, machucando o dedo dela, socando a cabeça dela no vidro de um ônibus, e isso a professora estava no ônibus e ela não tomou providência. Pelo menos, que eu vi, não tomou providência nenhuma.
Com relação ao episódio do ônibus, a diretora diz que os pais foram convocados para comparecer a escola para ficarem cientes do que tinha acontecido. Já a última e mais grave agressão, em que a colega jogou um carrinho contra a menina e a deixou ensanguentada, a responsável pela escola diz que tomou as devidas providências.
— A aluna [que agrediu] foi suspensa por três dias, a mãe também foi convocada e nós conversamos. Nessas conversas, todas são orientadas pela equipe toda, vem coordenadora, vem psicóloga, vem orientadora. Eu estive a frente de duas dessas conversas.
Para a diretora, nenhum dos episódios configura bullying e sim situações comuns relacionadas ao cotidiano das crianças.
— O bullying ocorre em fatos sucessivos, com agressões subsequentes e com uma mesma criança fazendo a mesma coisa. Não foi isso que ocorreu. O que ocorreu foram fatos isolados. O conceito de bullying não aconteceu.
Em nota, a Secretaria de Educação afirma que todas as providências foram tomadas pela direção da escola e que foi feita uma reunião com os responsáveis pelos alunos. A secretaria afirmou ainda que o Ministério Público já sabe sobre o caso e que aguarda a investigação. Além disso, eles teriam oferecido aos pais a possibilidade da menina ser transferida para outra escola, mas que a família não aceitou a proposta.
O pai da menina não concorda e contesta todas as informações da nota. Ele mostra um requerimento, onde solicitou o remanejamento da filha para outra escola ainda no dia 28.
— Não conseguimos vaga lá. A escola disse que não tem vaga, e a escola que a minha filha estuda não nos ofereceu nada. Eles alegam que pegou e ofereceu outra escola, mas isso aí é mentira. Eu me senti com as mãos atadas, porque é muito difícil. A gente faz de tudo para entregar ela a uma pessoa de bem, e toda vez que acontecia isso, eu falava para ela ser mais forte, ir para a escola, mas quem era pra estar apoiando a gente não fez exatamente nada.

2 comentários:

  1. Sou o pai da criança em questão. E em resposta a versão apresentada pela direção . A criança que acertou o carrinho de ferro na testa de nossa filha , tomou três dias de advertência. Mas a escola apoiando a greve entrou em paralização e todas as crianças não tiveram aula. Ou seja: novamente aa sensação de impunidade sendo repassada as crianças. Quanto ao soco no olho que a diretora desconhece , foi comunicado ao vice diretor da escola. As demais provas serão apresentadas ao MP da infância e juventude PROEDUC

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  2. Sou o pai da criança em questão. E em resposta a versão apresentada pela direção . A criança que acertou o carrinho de ferro na testa de nossa filha , tomou três dias de advertência. Mas a escola apoiando a greve entrou em paralização e todas as crianças não tiveram aula. Ou seja: novamente aa sensação de impunidade sendo repassada as crianças. Quanto ao soco no olho que a diretora desconhece , foi comunicado ao vice diretor da escola. As demais provas serão apresentadas ao MP da infância e juventude PROEDUC

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