quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Escola Nagib Coelho Natmi alerta estudantes sobre preconceito racial

Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 23/11/2015 16:32:00
Cerca de 1,2 mil estudantes da escola estadual Nagib Coelho Natmi, localizada no bairro Sideral, participam da Semana da Consciência Negra, com atividades nos três turnos com palestras, oficinas e concursos de redação voltados à história do negro no Pará, na Amazônia e no Brasil. É a primeira vez que a escola faz programação alusiva ao Dia da Consciência Negra, que foi comemorado no último dia 20 em memória à morte de Zumbi dos Palmares.
A professora de Artes Camyla Roberta transformou o espaço da biblioteca em uma sala de cinema. Usando um Datashow, ela exibiu imagens de alguns casos de preconceito racial que repercutiram nas redes sociais. “O objetivo é alertar sobre o cyber bullying, já que os estudantes vivem conectados nas redes sociais”, disse.
Durante a exibição, a professora alertava os estudantes a identificarem e não reproduzirem comentários com teor de preconceito nas redes sociais. Entre os casos exibidos, estavam o da jornalista Maju Coutinho, da Rede Globo, que foi vítima de ataques racistas em julho deste ano, e da atriz Taís Araújo, que em outubro recebeu em uma foto comentários como “Já voltou da senzala?”, “Cabelo de brombril” e “Quem postou a foto dessa gorila?”.
Atenta às explicações, a estudante Samara Silva, 14 anos, disse ter se visto nas postagens, já que também foi alvo de preconceito quando estava no primeiro dia de aula de um curso. “Uma menina disse para eu não sentar mais ao lado dela porque eu tinha o cabelo ‘ruim’ e cacheado. Cheguei a contar ao professor, mas acabei mudando de cadeira. A gente se sente triste, como se fosse excluído da sociedade”, desabafou.
Enquanto isso, os outros alunos participavam de um concurso de redação sobre o que aprenderam nas pesquisas em sala de aula sobre a cultura e religião afro-brasileira, em um trabalho de mais de um mês que envolveu professores de todas as disciplinas da escola. Segundo a professora de língua portuguesa Fernanda Cardoso Silva, o objetivo principal do concurso foi trabalhar a produção textual, incentivando a escrita e a leitura dos alunos, tendo como temas “O preconceito contra os negros” e “A importância do negro na sociedade brasileira”.
O estudante do sexto ano do ensino fundamental Vitor Alexandre, 12 anos, aproveitou a Semana da Consciência Negra para focar a redação no preconceito que o negro sofre no mundo todo. “Não lembro em que país foi, mas vi no noticiário que mataram 300 negros. Poxa, somos todos do mesmo jeito, só muda a cor da pele”, frisou. Por ser negro, o garoto também se diz vítima de bullying na escola.
Julie Rocha
Secretaria de Estado de Educação

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