segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Câmara discute hoje combate ao bullying

Luciana La Fortezza/ Com Redação

A polêmica sobre as ações envolvendo o viaduto inacabado no Centro ainda deve repercutir na sessão da Câmara de Bauru hoje. Os parlamentares, no entanto, também terão de voltar os olhos ao projeto de lei que dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao “bullying” escolar no município de Bauru. Muitas vezes tratado em silêncio pela vítima, o problema é capaz de provocar consequências para uma vida toda.


De acordo com o autor da proposta, o Pastor Luiz, que é presidente da Câmara, professores da educação básica da cidade, além da equipe pedagógica, deverão ser capacitados para implementar ações de discussão, prevenção e orientação do problema. Se o projeto tornar-se lei, a prática do bullying deverá ser comunicada por meio de ofício à Secretaria da Educação, Conselho Tutelar e pais de alunos, de modo que a autoestima da pessoa afetada seja recuperada.

O objetivo é a garantia da convivência harmônica no ambiente escolar, além de envolver a família no processo de construção de cultura e paz nas unidades de ensino. Por ser um problema presente em todas as áreas da sociedade, a titular da Secretaria Municipal de Educação, Vera Caserio, reconhece que ele deve estar presente nas escolas. Informa, porém, que nenhum caso chegou à pasta em virtude de sua gravidade.

“Isso sempre preocupa, embora desconheçamos algum problema muito significativo. Nós não nos descuidamos. Oferecemos cursos, palestras aos professores para que saibam lidar com a questão, caso ela ocorra. O melhor remédio é evitar”, diz Caserio. Para tanto, os próprios pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos e às atividades escolares. “A criança é a mesma em casa e na escola. Ela dá indícios. Tanto aquela que está sofrendo quanto aquela que pratica”, alerta a pedagoga Mirela Medeiros.


Violência
De acordo com ela, o bullying sempre existiu, mas tem se acentuado nos últimos tempos também por conta da banalização da violência. “Elas (crianças) sentem isso e reproduzem. Como alguns valores estão se perdendo, as crianças ficam perdidas em relação a como tratar e se dirigir ao outro. As consequências da violência psicológica, às vezes, são mais profundas que a física”, comenta. Para evitar danos, além dos professores, outros profissionais e os próprios pais devem estar atentos ao assunto e devem ser procurados diante de eventuais casos, acrescenta Medeiros.

“Os professores estão preparados para lidar com isso, mas a demanda de trabalho deles é muito grande. O bullying não acontece só na escola, tem que ser debatido em todas as instituições. A vítima pode não conseguir aprender e ter problemas em todas as esferas sociais da vida”, explica. Segundo a pedagoga, para alguns grupos, a prática do bullying representa status, por essa razão, orientação a crianças e a jovens é imprescindível.


O que é

O bullying é caracterizado por atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem com ou sem motivação. São atitudes adotadas por um ou mais estudantes contra o outro, que provocam sentimentos como dor, angústia, medo e vergonha.

As vítimas de intimidação e chantagem normalmente são alunos indefesos, incapazes de motivar professores e responsáveis para agirem em sua defesa, segundo a exposição de motivos do projeto de lei, que entra na pauta da sessão legislativa de hoje em primeira discussão. O bullying é um problema nacional e internacional.


Outros assuntos

Além da questão do bullying, também entrará em primeira discussão na sessão legislativa de hoje, o projeto de lei que dispõe sobre a obrigatoriedade de fixação de cartazes com informações sobre as consequências do uso de anabolizantes e esteroides, de autoria do vereador Paulo Eduardo de Souza.

É dele ainda o projeto de lei que cria o Cadastro Municipal de Associações de Moradores. Em primeira discussão serão discutidos outros dois projetos de lei de autoria do prefeito Rodrigo Agostinho. Um deles altera a lei que estabelece o Estatuto do Funcionário Público. O outro fixa subsídio dos membros do Conselho Administrativo do Departamento de Água e Esgoto (DAE). Atualmente, o conselho é formado por dois engenheiros, além do presidente da autarquia.

De acordo com o presidente pelo DAE, Rafael Ribeiro, o projeto foi enviado à Câmara por conta de uma orientação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e sofreu as alterações recomendadas pela Comissão de Justiça e Redação do Legislativo. Informa também que os valores fixados não foram majorados ou diminuídos, mas mantidos. Ressalta tratar-se apenas de uma regularização.

Já em segunda discussão tramita projeto de lei que dispõe sobre a estrutura organizacional da Comissão Permanente de Licitações e outro referente à instalação de hidrantes urbanos em Bauru.

Fonte: JCNET

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