quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Bullying: uma forma de abuso







Bullying é uma forma de abuso


Logo depois da volta às aulas, a notícia de que Billy Lucas, um aluno de 15 anos, suicidou-se em Greensburg, Indiana, após ser exposto por um período a um “antigay bullying”, o problema do quanto bullying pode ter impacto na vida de uma pessoa vem à tona.

De acordo com a psicóloga Karina Lapa, uma pessoa é vítima de bullying quando ela é exposta, repetidamente, durante um certo período, a ações negativas de uma outra pessoa ou grupo contra ela. Essa definição inclui três fatores importantes: comportamentos agressivos e negativos, tempo e desequilíbrio de poder entre as partes.


“Bullying é uma forma de abuso pois se caracteriza por repetidos atos de violência, durante um certo período de tempo, tanto de uma pessoa com outra, como de um grupo contra uma determinada pessoa, onde claramente existe um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, disse Lapa. “Agora, esse desequilíbrio de poder pode estar baseado na realidade, ou não. Quem se sente mais ‘poderoso’ ataca aquele mais vulnerável, e o que é percebido como o que tem ‘menos poder’. Seja esse poder fisico ou social.”


Pesquisas indicam que no Brasil 5% a 35% das crianças em idade escolar já se envolveram com bullying, somando vítimas e agressores. Nos Estados Unidos esses números são ainda mais alarmantes: 23 % dos alunos da 4ª a 6ª séries já foram vítimas de bullers muitas vezes. Entre alunos da 6ª a 10ª séries, 17% reportaram ter sido vitimizados por bullers algumas vezes, com 8% desses sendo “bullied” pelo menos uma vez na semana. Resumindo, 1 em cada 3 crianças foram ou serão vítimas desse ato de violência. Crianças ou jovens obesos, homossexuais ou que tem alguma deficiência fisica ou mental têm a chance de serem “bullied” 63% aumentada.

A escola em que Lucas estudava, Greensburg High School, disse não estar ciente de que o aluno passava por essa situação, mas seus colegas disseram que o abuso era constante, e sempre direcionado ao que seus abusadores assumiam sobre sua orientação sexual.

Bullying consiste de 3 tipos de abuso – o verbal, emocional e o físico, explica Lapa. Tipicamente involve métodos sutis de ameaça, bem como de manipulação emocional, tapinhas, murros, surras, puxões de cabelo, orelha, empurrões, gritos, xingamentos ou zombaria e humilhação pública, ou em casos mais severos como lesão corporal e até a morte, ou mesmo chegando ao extremo do suicídio, como o caso de Lucas.

“As escolas estão abarrotadas de ‘bullers’”, diz Lapa. “Seja porque eles veem violência em casa e a reproduz, seja porque estão passando por problemas familiares no momento, e atuam de forma disfuncional nos outros, ou porque simplesmente têm a índole ruim e perversa desde cedo, e maltratam não somente a pessoas mas também a animais”.

Como identificar se seu filho é vítima de bullying:


Uma vítima do bullying em idade escolar precisa dos adultos para enfrentar os seus agressores. Não somente para que os ajude a identificar o comportamento do bullying, bem como para desenvolver as ferramentas emocionais para poder se defender. Apoio e suporte familiar e escolar são fundamentais. Existe diferença de como meninos e meninas praticam o bullying: meninos atacam mais fisicamente, e meninas psicologicamente, com fofocas, e pelo cyberbullying (através da internet, por exemplo), apesar de hoje em dia haver vários casos onde as meninas também atuam de forma fisicamente agressiva.

As mudanças de comportamento dos seus filhos devem servir como um sinal de aterta. Uma criança retraída, introspectiva, que cai com o rendimento escolar, se desinteressa pela escola ou pelos amigos, que chora facilmente, ou está apresentando comportamento agressivo desproporcional ao estímulo oferecido, ou que até chega em casa com manchas, arranhões ou mordidas pode estar sendo vítima de bullying através de agressões fisicas ou psicológicas. Muitas vezes essas crianças não falam o que está acontecendo, por medo de retaliação, por vergonha ou até mesmo medo da reação dos pais, mas cabe a eles estarem atentos, perguntarem, e se envolverem.

O bullying pode também afetar adultos, que sofrem com essa forma de violência dia-a-dia, em seus ambientes de trabalho, e até mesmo familiares, podendo causar consequências graves e ter efeitos secundários a curto ou longo prazo como: sintomas psicossomáticos, transtorno do pânico, fobia social, depressão, anorexia e bulimia (principalmente no caso de jovens gordinhos, baixa auto-estima, queda do rendimento escolar, e transtorno do estresse pós-traumático, alem de outos).

Karina Lapa é psicóloga brasileira licenciada pelo Estado da Flórida. Ela também é Mediadora de Famílias, certificada pela Corte Suprema da Flórida. Atualmente ela é diretora da sua clínica, a South Florida Counseling Agency, onde atende a crianças, adolescentes e adultos. Para maiores informações, visite o site www.southfloridacounseling.net, ou chame o tel (954) 370-8081 begin_of_the_skype_highlighting (954) 370-8081 end_of_the_skype_highlighting.

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