sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Crimes de abuso e bullying continuam a crescer

Nos últimos dez anos, a APAV recebeu queixas de seis mil crianças, referentes a nove mil crimes. O objectivo é sempre o mesmo: tornar possível que se faça justiça, e que as vozes dos mais pequeninos não sejam silenciadas. .

Só na última década recorreram à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima quase 6.000 crianças. Dos dados estatísticos apurados pela APAV ao longo da última década e do trabalho realizado pela associação nesta área ressalta uma série de realidades que importa destacar:

- as quase 6.000 crianças apoiadas pela APAV reportaram um total de cerca de 9.000 crimes;

- o número de crianças do sexo feminino vítimas de crimes foi sempre claramente superior ao número de crianças do sexo masculino;

- a idade das crianças vítimas apoiadas pela APAV situa-se maioritariamente entre os 11 e os 17 anos;

- foram reportados à APAV mais de mil crimes sexuais praticados contra crianças: esta é uma realidade com alguns contornos especialmente preocupantes, como sejam o facto de cada vez mais crianças com menos de 4 anos de idade serem vítimas destes crimes, cada vez mais crianças praticam estes crimes contra outras crianças e cada vez mais a internet ser utilizada como meio para a perpetração deste tipo de criminalidade, o que dificulta enormemente o despiste e a investigação;

- o número de crimes praticados contra crianças em contexto escolar (o chamado bullying) reportados à APAV vem também aumentando, o que reflecte a maior visibilidade que este tipo de ocorrências ganhou nos últimos anos.

Como receber ajuda

O combate pela protecção e promoção dos direitos das crianças e jovens vítimas de crimes vem sendo travado pela APAV em várias frentes, desde logo nos Gabinetes de Apoio à Vítima, nos quais o atendimento, apoio e acompanhamento de crianças e jovens é uma constante.

Mas destacam-se, também, um conjunto de actividades específicas de prevenção e sensibilização, como, por exemplo, o Projecto IUNO – sensibilização e informação sobre violência doméstica e sexual, para além dos módulos de para profissionais que lidam com crianças vítimas de crimes em contexto escolar.

O importante, defende a APAV, é que a voz das crianças vítimas, seja de que crime for, se faça ouvir e respeitar. Porque é demasiado fácil silênciá-las.

Fonte: Destak

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