segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bullying invade a internet e faz vítimas em Sorocaba

No cyberbullying, jovens escolhem vítimas e pela internet as atacam com provocações, calúnia e maldade

Mayco Geretti
Agência BOM DIA

Os ataques não estão restritos aos corredores da escola. Tendo a internet como ferramenta, grupos de jovens estão usando a rede para promover ataques a vítimas que ficam na linha de tiro especialmente por estarem num território sem qualquer controle.

De tempos para cá o termo bullying (do inglês bully, algo como ‘valentão’) foi incorporado pelos brasileiros pra designar atos de violência intencional praticados por uma pessoa ou um grupo contra um indivíduo que, invariavelmente, tem poucas condições de se defender. As agressões, física e psicológica, acabam tornando o ambiente escolar tão degradante que o alvo do ataque tem queda do aprendizado, passa a ter repulsa e temor do ambiente escolar e, nos casos mais graves, desenvolve distúrbios psicológicos como síndrome do pânico e depressão.

Cada vez mais, no entanto, as investidas que nascem no dia-a-dia da vivência escolar ganham espaço na internet, dando origem ao cyberbullying, a versão virtual, mas não menos degradante. A net acaba atraindo para o paredão de fuzilamento do bullying até jovens que não teriam coragem de ofender alguém na “vida real”. O anonimato da internet os protege, seduz.

A estudante Ana, 15, diz que os ataques normalmente são feitos com a criação de comunidades em sites de relacionamento, especialmente o Orkut. “Criam comunidades para atacar alguém que é gordo demais, magro demais, porque vazou a informação de que uma menina fez sexo com algum garoto, enfim. O objetivo é deixar sem moral, acabar com a pessoa”, diz a garota, que afirma não enviar comentários, mas assume frequentar as comunidades para saber “o que está rolando.”

O estudante Rubens, 16, pediu que os pais lhe mudassem de uma escola particular para uma pública. Muitos amigos com quem ele estudava desde quando era criança foram deixados para trás por conta de alguns desafetos, que transformaram os tapas na cabeça do dia-a-dia, em boatos, xingamentos e complôs virtuais. “Quando chegava em casa respirava, porque só encararia os ataques no dia seguinte. Quando isso invadiu também minha casa com mentiras que eram colocadas na internet, não aguentei mais”, afirma o jovem, que diz que na nova escola, o número de vítimas do cyberbullying é bem inferior.

A psicóloga Selma Trindade classifica como “desvastador” o estrago causados pelo bullying e por sua versão digital. “Mexe com a autoestima de um jeito que fica difícil para o jovem se levantar sem ajuda externa. Os jovens sabem ser cruéis de forma avassaladora. Eles sabem o que os afeta. Na adolescência imagem é tudo, logo eles percebem exatamente onde fica o calcanhar de Aquiles alheio.”


Pais podem responder criminalmente
O presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Novas Tecnologias da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Sorocaba, José Carlos Francisco Filho, afirma que caso a família do jovem ridicularizado descubra a identidade os autores do ataque, serão os pais dos autores das difamações os responsabilizados na Justiça.

“Não adianta os pais alegarem ignorância, dizer que não sabiam. Para a Justiça isso não importa. Os pais terão de pagar indenização caso o juiz assim decida e ao menor poderá ser ministrada uma medida sócio-educativa de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente”, explica. A medida envolverá o acompanhamento psicológico e o trabalho de assistentes sociais que farão atividades em grupo envolvendo também os pais do agressor.

A pedagoga Maria Paula Salto, afirma que o binômio formado por pais e educadores deve ajudar a formar uma espécie de rede de proteção com a meta de desestimular a prática do cyberbullying. “Pais antenados, que mantém o diálogo em dia com seus filhos, têm condições de explicar que a prática não é legal. Os educadores, por sua vez, estão inseridos no meio onde essa hostilização ocorre e têm como detectar e interceder no começo dessa cadeia de violência.”

2 comentários:

  1. eu moro em sorocaba estou sendo vitima de bulling ,parece engraçado mas está em sorocaba inteiro percebi que eles enviam mensagens no fim de me humilhar,parece até mesmo uma idiotice,tudo que passam no celular ai eles veem e falam intencionalmente antes era pessoas conhecidas agora são pessoas que nem conheço,estou perdoando,mas infelismente existem pessoas que não se perdoam e continuam fazendo mais ainda,tem aquelas que tem odio de mim ,eu nem sei por que,eu acho que tem que deixar claro isto para as pessoas verem,então uma pessoa que é mais fechada ela sofre mais,não concordo com isto, não estou falando de adolescente mas tem pessoas que fazem coisas por medo de que outros vão pensar tem que acabar com isso,agora me chamam de lider bulling gay,eu nem sei da onde vem tem cabimento um negócio desse,infelismente são pessoas adultas que fazem isso ,tudo de alguem envia por celular por emails eles acreditam meus proprios parentes falam coisas tipo que perdi o que eles ficam disputando quem sabe melhor ou não...

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  2. é complicado, mas pelo celular tem q chance maior de denunciar esses casos... não fique sem denunciar, pois é a melhor forma de acabarmos com isso...
    Mar´Junior - Cia Atores de Mar´

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