domingo, 20 de junho de 2010

Bullying: presidente da Confap defende «tolerância zero» nas escolas

Confederação apela a uma maior participação dos alunos na denúncia destes casos

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) defendeu esta quinta-feira que para combater o bullying se devia «criar nas escolas uma política de tolerância zero à violência entre pares», noticia a Lusa.

O ideal é criar em todas as escolas uma política de tolerância zero entre pares, com apelo a que ninguém tenha medo de denunciar este tipo de situações salientou Albino Almeida, citado pelo agência Lusa, durante o Congresso Internacional de Violência entre Pares Bullying, que decorre entre hoje e sexta feira em Matosinhos.

O presidente da Confap sugere ainda a criação de um «regulamento interno», feito pelas escolas com a participação dos alunos, e divulgado a encarregados de educação, em que sejam enumeradas as penalizações pela prática de ilícitos como o dano, roubo e injúria.

É preciso acabar com a impunidade. Sempre houve delinquência nas escolas e sempre houve possibilidade de serem cometidos ilícitos que não podem ficar impunes [porque] agressão e roubo são sempre crimes, frisou.

O presidente da Confap defendeu ser também «indispensável promover junto de pais, professores e encarregados de educação [o princípio de] que qualquer suspeita em matéria de violência deve ser denunciada, considerando que «os juízes dos tribunais de menores não podem continuar a fazer de conta que o problema não existe.

Para Albino Almeida, mais do que escrever leis, é preciso cumpri-las e só investindo mais na educação será possível gastar menos com a educação.

João Grancho, da Associação Nacional de Professores, também presente na sessão, defendeu em declarações à Lusa que os professores têm de saber que, no momento em que denunciam [situações de bullying] e actuam, têm a sua retaguarda protegida, o que nem sempre acontece».

Muitas vezes, os professores denunciam as situações e viram-se contra eles. Falta conferir-lhes autoridade. A palavra do professor hoje deve voltar a valer, mas o que acontece não é isso e a palavra do aluno pesa mais, lamentou.

Para Grancho, não é suficiente escrever na lei que o professor tem autoridade: É preciso que a tutela, os pais, as comunidades, o estado central e local o afirmem sem medo e sem receios.

O professor disse ainda que «as escolas têm feito um papel de atendimento social com a parte de aprendizagem e ensino a assumir menor relevância.

Temos de equilibrar tudo isto e separar responsabilidades, mas integrando-as. Aos professores caberá ensinar e a outros interlocutores, também com eles, ajudá-los no processo de acompanhamento social, sublinhou.

O congresso prossegue durante a manhã de sexta feira no salão nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, estando a sessão de encerramento agendada para as 12:15 com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Educação.

Fonte: TVI 24

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