quinta-feira, 17 de junho de 2010

Alunos de escola da cidade promovem conscientização sobre o problema


A violência em ambiente escolar sempre existiu, mas nunca esteve tão reportado no Brasil nos últimos anos.

Por conta disso, o chamado bullying (termo sem tradução para o português, mas que é definido como o conjunto de atitudes agressivas de todas as formas, praticadas intencional e repetidamente, que ocorrem sem motivação evidente e que são adotadas por
um ou mais estudantes contra outro), problema comum em escolas de todo o mundo, virou tema de um projeto de conscientização de um grupo de alunos da Escola Estadual Aggeo Pereira do Amaral, no bairro Árvore Grande, zona leste de Sorocaba.

Criar uma política de combate e prevenção ao bullying, primeiramente na própria na escola, é uma das propostas que integra o projeto Ágora, desenvolvido pelo Aggeo desde 2008.

O projeto envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, estes responsáveis pela coordenação das atividades. Dentre as ações, os estudantes criaram um blog (www.projetoagora.com) para promover o debate sobre o bullying e outros assuntos.

“Alimentamos o blog com textos que pesquisamos na internet ou escritos por nós mesmos. Com isso queremos estimular o debate e dar espaço para que todos deem sua opinião”, diz Júlio César Fortunato Filho, 15 anos, aluno da escola e responsável pelo blog.

Além da internet, os alunos também estão realizando palestras e exibindo slides sobre o tema em algumas salas da unidade escolar.

“É interessante como os alunos estão se mobilizando para conscientizar colegas, professores e até a comunidade”, comenta Célia Cristina Gonzales, professora de história da unidade e coordenadora do Ágora.

O projeto foi vencedor do Prêmio Construindo a Nação, do Instituto de Cidadania Brasil, em 2009. Célia Cristina Gonzales, professora de história da unidade e coordenadora do Ágora diz que a iniciativa tem como objetivo conscientizar e politizar os alunos para o exercício da cidadania, transformando o espaço escolar em um centro de discussão e debate sobre problemas do cotidiano.

“O objetivo é transformar os jovens em multiplicadores da informação sobre vários temas e também politizá-los”, explica Célia.

Meninos são as vítimas e os agressores
Uma pesquisa divulgada em abril pela ONG Plan Brasil aponta que os meninos são as maiores vítimas do bullying (hostilidade física ou verbal por parte de colegas) e também os maiores agressores no país.

O levantamento, realizado no segundo semestre de 2009, mostra que 34,5% dos meninos já sofreram maus-tratos na escola, sendo 12,5% vítimas de bullying, contra 7,6% das meninas que se declararam vítimas.

Quando estão no papel de agressor, os meninos aparecem com 12,5% de autoria, e as meninas com 8%.

Dos alunos ouvidos pela pesquisa, 70% dizem que já presenciaram cenas de agressões entre estudantes, enquanto 30% vivenciaram situações violentas. Deste total, o bullying já foi praticado ou sofrido por 17% dos alunos.

A maior incidência ocorre entre adolescentes com faixa etária entre 11 e 15 anos e que frequentam a 6º ano do ensino fundamental.

O estudo colheu dados de 5.168 estudantes das cinco regiões do país. Em cada região, foi analisado o comportamento de alunos de cinco escolas, sendo quatro públicas e uma particular.

Em todo o Brasil, a pesquisa foi realizada em 20 escolas públicas e cinco particulares localizadas nas capitais e interior dos Estados verificados, como São Paulo, Pará e Rio Grande do Sul.

Fonte: Bom Dia Sorocaba

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