quinta-feira, 27 de outubro de 2016

'Calmo e muito amoroso', diz amiga da mãe de jovem morto na escola

Com AGÊNCIAS BR


"Ele era um menino muito inteligente, calmo, muito querido e muito amoroso". É assim que Monique Teixeira, de 30 anos, descreveu Lucas Eduardo Araújo Mota. O adolescente de 16 anos foi morto a facadas na segunda-feira (24) dentro de uma escola estadual, que estava ocupada por estudantes, em Curitiba. O enterro de Lucas está marcado para a tarde desta quarta (26). O suspeito é um adolescente de 17 anos. Ele confessou o crime, de acordo com a Polícia Civil. Ainda conforme a polícia, os dois se desentenderam após dividir um microponto de LSD. Lucas e o suspeito eram alunos da Escola Estadual Santa Felicidade. Monique é amiga de Alexandra Nunes, mãe de Lucas. Atualmente, Monique mora na Bahia, mas acompanhou parte do crescimento dele, já que Lucas e Alexandra moraram por anos atrás da loja da mãe de Monique, na capital paranaense, no bairro Santa Felicidade. Há cerca de dois anos, Lucas e a mãe se mudaram , na Região Metropolitana de . "A gente viu ele crescer", lembrou Monique. Para ela, a versão de que Lucas agrediu o colega, que então o atacou com uma faca de cozinha, não faz sentido. "Ele era muito passivo". "Ele morreu por causa da personalidade dele. Ele era vítima sempre. Quando tinha problema de bullying na escola, queria sair", conta Monique. Ela disse que Lucas passou por muitas dificuldades na vida e que sofreu bullying no colégio e, mesmo assim, "nunca se impôs ou reclamou". Revolta Monique afirmou que a hipótese de que ele tenha atacado o colega é indignante. "Tinha medo do mundo. Não era uma pessoa que ia atacar. É difícil acreditar que ele tenha atacado, muito nos revolta". Monique também contou que, como ele e Alexandra viveram durante muito tempo perto da mãe dela, Lucas acabou ficando amigo da mãe de Monique e a visitava semanalmente. "Ele era muito amigo da minha mãe, eles tinham uma amizade. Apesar de ela ser idosa, ela é muito para frente e eles conversavam sobre tudo. Ele visitava a minha mãe toda semana. Qual adolescente que se preocupa com uma pessoa velha?". Monique disse que Lucas não apresentava um comportamento que levasse a desconfiar que ele usasse drogas. "Ele era a única família da Alexandra. Ela demorou para entender que o Lucas estava morto”, contou. O pai de Lucas morreu quando ele era criança. Monique ainda disse que Lucas era um filho obediente. "Lucas ficava em casa quando a mão trabalhava e ele obedecia a todos os pedidos dela, mesmo ela não estando em casa". Relembre o caso Na tarde de segunda-feira (24), Lucas Eduardo Araújo Mota na Escola Estadual Santa Felicidade. O colégio estava ocupado por estudantes que protestam contra a reforma do ensino médio. O local foi desocupado depois da morte de Lucas. O suspeito de matá-lo foi apreendido ainda na segunda, na casa em que mora com a mãe e o padrasto e ali mesmo confessou o crime, conforme o delegado. "Entrevistei e ele confessou o crime, na frente do padrasto e da mãe", afirmou o delegado Fábio Amaro, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O suspeito contou à polícia ainda que na hora do almoço, pois os dois já estavam se desentendendo depois de fazer uso de droga. O delegado disse também que o suspeito foi submetido a um exame toxicológico e a vítima a um laudo cadavérico, já que a suspeita é de que os dois tenham consumido droga no dia do ocorrido. "Usaram um microponto de LSD pela manhã", contou Fábio Amaro. Na segunda, o secretário deSegurança do Paraná, Wagner Mesquita, havia dito que os dois tinham ingerido uma droga sintética, conhecida como bala. Segundo o delegado, o crime aconteceu na sala dos professores, que era usada como alojamento pelos estudantes da ocupação. "Se trancaram no alojamento, ocorreu uma gritaria. O suspeito saiu correndo e pulou o muro". O motivo do crime, de acordo com Fábio Amaro, foi uma discussão entre os dois, já sob o efeito da droga. O Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) foi acionado para socorrer o garoto, mas, ao chegar na escola, ele já estava morto. Como o homicídio aconteceu dentro do alojamento, os demais estudantes que estavam na escola não assistiram à cena. "Ouviram a gritaria e viram o suspeito sair correndo", afirmou o delegado. Fábio Amaro também disse, pelo menos, dez estudantes foram entrevistados pela Polícia Civil dentro do colégio estadual. Os relatos dos estudantes ajudaram a elucidar o crime. Lucas e o suspeito eram alunos da Escola Estadual Santa Felicidade. A vítima cursava o 2º ano do ensino médio, e o suspeito o 9º ano do ensino fundamental, segundo o delegado. O delegado afirma que os dois estavam entre os alunos que ocupavam o colégio – Lucas desde o início da ocupação, em 14 de outubro, e o suspeito havia dois dias. Porém, o movimento Ocupa Paraná e a União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes) dizem que eles não estavam na ocupação. O suspeito está apreendido na Delegacia do Adolescente e pode responder por ato infracional de homicídio qualificado, ainda conforme o delegado Fábio Amaro. Quer saber mais notícias do estado?

Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/10/calmo-e-muito-amoroso-diz-amiga-da-mae-de-jovem-morto-na-escola.html

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