sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Jovem supera desejo de suicídio com ajuda da internet


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Fernanda Maranha
“Pensei que era o fim da linha”, diz Alcione Silva, que encontrou a solução na comunidade feminina Clube Superela
Uma tristeza desencadeada por um amor não correspondido de longa data somada a um histórico de bullying e isolamento na escola desde a adolescência deixaram a autoestima de Alcione Silva, 24 anos, cada vez mais baixa e fizeram-na querer se matar várias vezes.
Alcione com os seus dois cachorros: Ciço e Menina

Alcione com os seus dois cachorros: Ciço e Menina
Foto: Arquivo pessoal
“Eu convivi e cresci com as mesmas pessoas a vida toda e era gordinha, rejeitada, isolada”, desabafa a mineira. Mesmo fazendo terapia com psicólogos há quase 10 anos, ela conta que no começo de 2015 não via mais saída em sua vida e pensou em se matar pela quarta vez. Mas se deu mais uma chance: “Eu digitei no Google ‘procurar conselhos grátis’, e entre cartomantes, videntes e outras pessoas que prometiam mil coisas, eu encontrei o Clube Superela”.
O Clube Superela é uma comunidade online em formato de fórum, onde pessoas perguntam e aconselham sobre os mais diversos assuntos relacionados ao universo feminino.
“As pessoas chegaram como verdadeiras mães, como se fossem pessoas que estavam ali para me dar a mão”, lembra Alcione sobre a repercussão do texto que compartilhou no site.
“Estou na praia%2C gosto demais dessa foto”%2C diz Alcione
Foto: Arquivo pessoal
Em seu pedido por conselhos, contou todo seu histórico de bullying, amor não correspondido por cinco anos, e os vários desejos de se matar – que, segundo ela, existiam apesar de sua fé em Deus – e recebeu conselhos de todos os tipos: bons e ruins.
“Argumentos do tipo ‘Isso é falta de Deus na sua vida’ não ajudam em nada. Porque você tem fé, mas pensa: por que está acontecendo isso na minha vida? Por que eu? Por que eu fui sorteada na loteria do azar?”
Mas entre os diversos comentários e até sugestões de leituras, a jovem encontrou a solução para a tristeza profunda que estava vivendo em algumas companheiras. Entre os conselhos mais úteis para ela estavam: pensar mais nas qualidades do que nos defeitos e focar no que estava dando certo na vida dela; além de refletir sobre quem precisava dela, e não em quem a rejeitava: “Pensar em quem precisava de um sorriso meu”.
Outra atitude que ajudou Alcione a superar o amor não correspondido foi parar de idealizar o amado nos sonhos: “Às vezes a gente cria coisas que não são verdade, e você fica naufragando no sonho que não é capaz de ser realizado.”
“O que mais me ajudou foi uma frase que ouvi: ‘quem olha para dentro, sonha; quem olha para fora, acorda’. Eu passei a olhar mais para fora, passei a olhar para as coisas que eu tenho para fazer e que eu posso fazer algo para mudar.”
Atualmente ela trabalha como secretária no Sindicato dos Professores de sua cidade e nutre dois sonhos que tem muita esperança de conseguir realizá-los: cursar uma faculdade de contabilidade e ter um programa de rádio na emissora local.
Enquanto traça seu futuro que não foi interrompido graças às muitas amizades que fez no site, Alcione conta que a aproximação com as garotas do Clube Superela não foram passageiras: “Até hoje eu converso com a Juliana, todos os dias. A gente mantém nossos assuntos fora do site”, diz sobre um de seus anjos da guarda. 
Fonte: Delas / IG
Matéria publicada pelo site http://delas.ig.com.br.

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