terça-feira, 4 de novembro de 2014

Saiba como identificar o bullying no ambiente de trabalho; mal cresceu

Especialista em coaching e Programação Neuro Linguística (PNL) fala sobre a importância da identificação de casos de violência física ou psicológica praticadas nas empresas


F-GXNYJ
Problema acontece nas escolas, no trabalho e em casa.
DA REDAÇÃO de O Tempo
O termo bullying, do inglês bully, que significa valente em português, tem sido muito utilizado para descrever episódios de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo isoladamente ou por um grupo.

De acordo com Marcelo Cardoso, especialista em coaching e Programação Neuro Linguística (PNL), o bullying, em geral, acontece dentro de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia. E, apesar de ser um problema discutido fortemente entre psicólogos e intelectuais desde os anos 70 em países como a Noruega e EUA, o bullying vem crescendo a cada ano, inclusive no mundo corporativo.

Segundo um levantamento feito pelo Ministério Público do Trabalho, em 2013, foram registradas 3.641 denúncias de assédio moral coletivo e corporativo que inclui práticas abusivas no ambiente de trabalho. O problema acontece nas escolas, no trabalho, no Exército, nos condomínios, e acredite, até mesmo dentro de casa. Normalmente, é mais comum entre crianças e adolescentes, mas essa “perseguição” muitas vezes acompanha também a fase adulta.

Veja bem, o bullying é muito diferente de agressão. É mais cruel, pois é repetitivo, humilhante e cria sentimento de impotência pela pessoa que o sofre. Críticas sem sentido, ser tratado de forma diferente do restante da equipe, ser excluído de decisões, ser vigiado excessivamente, ser alvo de xingamentos e piadas, esses são os maiores comportamentos de assédio dentro de um ambiente de trabalho.

Mas, será que realmente os casos cresceram? Sim, já que hoje as empresas trabalham cada vez mais com metas impossíveis, afetando o clima organizacional, que se não estiver bem alicerçada, pode criar hostilidade e resultar nesses casos.

Será que as pessoas estão mais informadas e portanto estão mais encorajadas a denunciar? Sim, também. Hoje os departamentos de Recursos Humanos estão mais preparados para receberem e investigarem denúncias de atos abusivos dentro do ambiente corporativo.

Um funcionário que sofre de assédio moral - podemos classificar o bullying entre as práticas de assédio moral - sofre sérios problemas que acarretam em descontrole emocional e até físico, gerando baixa autoestima, dificuldades para dormir, estresse, depressão, alto índice de faltas, entre outras coisas.

E as empresas? Também sofrem. Um local de trabalho onde está instalado esse tipo de prática acarreta não somente a perda financeira - se por exemplo, ocorrer algum tipo de processo - mas com a pior das perdas: a contaminação do ambiente, resultando na falta de desempenho entre os colaboradores e, portanto, na empresa em geral.

As empresas devem e tem por obrigação ter políticas de portas abertas, a tal “comunicação”, que sempre cito em meus artigos. É necessário ouvir seus colaboradores. Também é importante investir em treinamentos e capacitar os gestores a terem habilidades capazes de identificar cada funcionário como um ser único e trabalhar suas deficiências e virtudes. Mostrar comprometimento e levar a sério brincadeirinhas ou situações conflituosas, investigando e dando a devida importância ao problema.

Na maioria dos casos, segundo as pesquisas, quem sofre mais com o problema é o bom funcionário. Aquela pessoa que se dedica e traz resultados para a organização acaba sendo mal vista pelos colegas. Ou seja, nem sempre o bullying aparece como uma relação hierárquica. Ele também acontece entre os colegas de equipe. Isso quer dizer que a empresa pode perder um bom funcionário e manter em seu quadro de colaboradores quem não gera resultados e que provavelmente vai atacar a próxima pessoa que se sobressair. Isso é muito sério!

E como o colaborador pode reagir quando estiver sofrendo bullying? O mais importante é reconhecer que a culpa não é sua. Não se inferiorize, não se culpe. Tome uma atitude e faça uma denúncia para o setor responsável.

Contudo, volto a falar do que acredito que é o mais importante e que deve ser trabalhado em todas as organizações: a comunicação. Quando existe a possibilidade de diálogo, a aproximação entre os colegas acontece de uma forma natural. Uma política de comunicação onde os colaboradores conseguem conversar com seus líderes sobre dificuldades no trabalho, dar sugestões e, até mesmo, apresentar projetos de melhoria, é necessária quando se busca um bom clima organizacional.

O resultado disso é satisfação e comprometimento. Comunicação gera confiança e confiança gera melhores resultados. Uma empresa que não tem o foco nas pessoas, não consegue “segurar” seus bons funcionários. Investir no capital humano é essencial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário