sábado, 5 de outubro de 2013

Menina sofreu bullying virtual antes de ser agredida em Santos

Três garotas trocaram mensagens agressivas com uma adolescente. Briga ocorreu por conta de uma nota zero em um trabalho em grupo.


Ivair Vieira Jr
Do G1 Santos

Agressão teria sido motivada por causa de nota de trabalho em grupo (Foto: Mariane Rossi/G1)Agressão teria sido motivada por causa de nota
de trabalho em grupo (Foto: Mariane Rossi/G1)
A adolescente de 14 anos que foi agredida por uma outra jovem na tarde desta terça-feira (1°) em Santos, no litoral de São Paulo, recebeu mensagens agressivas de colegas de classe, dias antes da briga que deixou marcas em seu rosto. A confusão ocorreu por conta de uma nota zero em um trabalho em grupo.
Tudo começou porque a vítima teria feito um trabalho escolar sozinha e colocado também o nome de outras três alunas. A professora descobriu que a atividade foi realizada apenas por ela e, por isso, decidiu dar nota zero para as alunas que não fizeram a tarefa e 10 para a autora do trabalho. Foi a partir daí que as mensagens começaram, enviadas por meio do aplicativo para smartphones WhatsApp.

Mensagens entre jovens têm tom ameaçador (Foto: Reprodução/WhatsApp)Adolescentes intimam vítima pelo celular  (Foto:
Reprodução/WhatsApp)
A conversa entre as quatro é agressiva, cheia de ofensas, palavrões e algumas ameaças. As meninas que não fizeram o trabalho se dizem indignadas, prejudicadas, e acusam a vítima de ter contado que fez o trabalho sozinha. Já a adolescente nega, diz que a professora desconfiou sozinha. A jovem ferida também acredita que teve sua conta no twitter invadida, e isso também é discutido nas mensagens.
Em uma das mensagens, a colega ameaça: "Eu quero ver falar na cara dela que só você fez o trabalho". Em outro trecho, lê-se: "Se liga e abre o olho". A conversa segue com muitos palavrões, ofensas e reclamações sobre as notas: "Por meio ponto eu fiquei de recuperação em história. Se você está esbanjado nota, o problema é seu".
Jovens trocam ofensas entre si (Foto: Reprodução/WhatsApp)Jovens trocam ofensas entre si (Foto:
Reprodução/WhatsApp)
Segundo o advogado Maurício Baltazar de Lima, contratato pela família para defender a garota, a escola errou ao saber das ameaças e não tomar uma atitude mais enérgica. "Foi diante do conhecimento das mensagens que a escola decidiu dar zero para todas, para assim solucionar o problema. E já estava resolvido. No entanto, dias depois, durante uma aula de reforço, à revelia dos pais, foi convocada uma espécie de acareação entre as quatro. E aí está a negligência, porque isso inflama, faz com que uma chame a outra de mentirosa. Depois deixaram elas irem embora juntas, sem ninguém acompanhando. Elas são adolescentes, era óbvio que iam acabar discutindo. Foram dez minutos de agressão, sem que ninguém chegasse. As marcas no rosto foram profundas, vai demorar muito para sair, pode até ser preciso cirurgia plástica", diz.

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