sábado, 28 de janeiro de 2012

A violência na escola e os distúrbios de voz de professores

Léslie Piccolotto Ferreira, Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre, Susana Pimentel Pinto Giannini

Resumo

Objetivo: verificar a associação entre a presença autorreferida de distúrbio de voz e de aspectos relacionados à violência, em professores. Método: Foram selecionados 422 professores da rede municipal de ensino de São Paulo, que responderam instrumento contendo questões (tipo sim-não) para levantar distúrbio vocal e aspectos referentes à violência escolar. Análise estatística utilizou teste qui-quadrado, sendo distúrbio vocal a variável dependente e situações de violência, as independentes. Para verificar se essas variáveis mantinham significância, independente do sexo e tempo de profissão, realizou-se análise múltipla por modelo de regressão logística. Resultados: 60,0% disseram ter distúrbio vocal. As situações de violência mais mencionadas estiveram relacionadas à indisciplina, pichação e briga. Em sala de aula, o distúrbio vocal esteve estatisticamente associado à ameaça ao professor (p=0,043), e no ambiente escolar em geral, às manifestações de racismo (p=0,029), agressões (p=0,009), insultos (p=0,029), violência à porta da escola (p=0,005), e violência contra funcionários (p=0,042). Todas as variáveis permaneceram estatisticamente associadas ao distúrbio vocal na análise múltipla. Conclusão: a autorreferência à presença de distúrbio de voz está associada a situações frequentes de ameaça ao professor, agressões, insultos, violência à porta da escola ou contra os funcionários, independente dos fatores sexo e tempo de exercício profissional.
 
 
Fonte: PUC SP



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