quarta-feira, 22 de abril de 2015

Zezé Motta sofreu bullying por beijar Marcos Paulo na TV

Em quase quatro horas de intenso bate-papo, realizado no Museu da Imagem e do Som, no  Rio de Janeiro, Zezé Motta fez uma releitura de sua vida pessoal e profissional. Aos 70 anos, e com 50 de carreira, a atriz relembrou o preconceito, o sucesso e a transformação em sex symbol por causa da personagem Xica da Silva, protagonista que interpretou no cinema em 1976. 
Zezé contou que, para ser aceita, tentou “embranquecer”.
"Passei por esse processo nos anos 60. Usava peruca lisa, pensava em operar o nariz, diminuir a bunda, e em usar lentes de contato verdes. Queria ser aceita!" contou, relembrando que tempos depois virou ícone, com sua beleza natural ao encenar Xica da Silva.
“Virei símbolo sexual e era louco. Os homens confundiam a pessoa com a personagem, então eu não podia decepcionar ninguém. Com isso, ficava mais na performance e menos no meu prazer!", lembra a atriz.
O preconceito, aliado ao bullying, voltou a perseguir a atriz em 1984.
"Quando fiz par com Marcos Paulo em Corpo a Corpo, do Gilberto (Braga), cheguei a ouvir comentários do tipo: ‘Se eu fosse ele, lavaria a boca depois de beijar essa mulher horrorosa'. Mas foi importante. Negro nunca tinha família nas novelas”, lembrou.
O início da carreira, na peça Roda Viva, encenada em 1967, traz recordações de uma noite de terror.
"Extremistas de direita invadiram o teatro, em São Paulo. A Marília (Pêra) adora a história da minha peruca chanel, que voou esse dia, no meio da confusão. Invadiram os camarins. Só levei umas cacetadas de leve. Hoje, a gente ri. Mas foi brabo. Eu namorava o (Antônio) Pitanga... Era virgem, e ele teve a maior paciência”, relembrou.
A atriz ainda citou a fase louca, em que usava maconha.
“Lucélia Santos, Marco Nanini, eu e Wolf Maia morávamos num apartamento na Fonte da Saudade (bairro da Zona Sul carioca). Lucélia queria tanto morar com a gente que deu um jeito de ficar com o quarto de empregada. À noite, todo mundo ia parar na cama dela para fumar um baseado!", riu a atriz. 
Com tanta bagagem profissional, ela não negou que ficou insatisfeita com seu personagem mais recente, a doméstica Sebastiana, na novela Boogie Oogie, da Globo.
"Pensei em pedir para sair de minha última novela. Era para eu fazer uma empregada que batalharia para que o filho virasse diplomata. E não rolou. Eu fiquei abrindo porta, servindo cafezinho. Quase entrei em depressão.”, concluiu a artista.
Fonte: O Fuxico

Nenhum comentário:

Postar um comentário