quinta-feira, 8 de maio de 2014

Meninas são alvos mais frequentes de bullying, diz pesquisa da Unifesp

Pesquisa diz que 13,8% das meninas e 12,1% dos meninos sofrem bullying.

Exposição a situações adversas aumenta risco de problemas na vida adulta.


Do G1, em São Paulo

Segundo pesquisa, bullying se torna mais frequente entre adolescentes mais populares (Foto: Phil Boorman / Cultura Creative)Meninas são vítimas mais frequentes de bullying
(Foto: Phil Boorman / Cultura Creative)

O bullying afeta 13% das crianças e adolescentes no ambiente escolar, sendo as meninas as que mais sofrem com o problema. Entre elas, 13,8% relatam já ter sido alvos da prática. Já entre os meninos, essa parcela é de 12,1%.
As informações fazem parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), pesquisa feita pela Unifesp que divulgou, nesta quarta-feira (7), os dados relativos à violência contra crianças e adolescentes. Para o levantamento, foram entrevistados 4.607 participantes com 14 anos ou mais de 149 municípios.
Segundo a pesquisa, a exposição a abusos físicos e psicológicos ou a outros eventos adversos na infância pode aumentar a predisposição a depressão e ao uso problemático de drogas na vida adulta.
Entre os diferentes tipos de bullying, os meninos só sofrem mais do que as meninas no que se refere à homofobia e às agressões físicas. Dos participantes do sexo masculino, 3,8% já foram agredidos fisicamente. Entre o público feminino, essa foi a queixa de 2,6%.
O tipo de bullying mais comum em ambos sexos foi a agressão verbal, que inclui intimidação, ofensas, humilhações e uso de apelidos inadequados: 12,6% das meninas e 11,5% dos meninos já passaram por isso.
O segundo tipo de bullying mais frequente foi o indireto, caracterizado por fofocas e rumores ou isolamento e exclusão da vítima: isso já aconteceu com 5,5% das meninas e com 4% dos meninos.
Os participantes da pesquisa também relataram ter sido vítimas de racismo e de mensagens agressivas ou humilhantes via internet.
Outros tipos de violência
Entre os adolescentes entrevistados, as meninas também foram os alvos mais frequentes de agressões físicas por pais ou cuidadores: 20,5% relataram já ter sido vítimas de agressão. Entre os meninos, essa porcentagem foi de 15%. Já entre os adultos entrevistados, 23,4% dos homens dizem ter sofrido esse tipo de violência na infância ou adolescência. Entre as mulheres, essa porcentagem foi de 21%. Em média, 21,7% dos brasileiros já foram agredidos por pais ou cuidadores, o que corresponde a mais de 30 milhões de pessoas.
O estudo observa que, entre os usuários de maconha e de cocaína, a porcentagem dos que foram expostos a violência física na infância é maior: 52% dos usuários de cocaína e 47,5% dos usuários de maconha já sofreram violência na infância, contra a média de 21,7% na população geral.
O estudo também avaliou a ocorrência de eventos adversos, como morte na família ou problemas financeiros graves, antes dos 16 anos. Esses eventos aumentam os riscos de problemas permanentes na vida adulta, de acordo com os pesquisadores. Segundo o levantamento, 33% das pessoas enfrentaram uma morte na família antes dos 16 anos, 17,3% já experimentaram fome e 8,8% já passaram por problemas financeiros graves até essa idade.
Outro dado levantado foi que 8% das pessoas presenciaram o consumo de drogas no ambiente familiar durante a infância ou adolescência. Além disso, 5,3% da população já foi vítima de violência sexual na infância.

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