sábado, 7 de julho de 2012

Testemunhas de bullying pensam mais em abandonar o emprego do que vítimas





Profissionais que presenciam assédio moral no trabalho podem ter desejo mais forte de sair do emprego do que as vítimas da experiência. Conclusões de estudo conduzido na University of British Columbia, no Canadá, indicam que os efeitos do bullying no ambiente de trabalho podem ter efeitos mais dramáticos e onerosos de que se suspeitava.

”Tendemos a acreditar que as vítimas de bullying suportam o peso total desta situação. Entretanto, nossos estudos mostram que as pessoas de uma organização vivenciam uma situação de indignação moral quando outras são assediadas, e isso pode levá-las a deixar o emprego em sinal de protesto,” diz a co-autora do estudo Sandra Robinson.

Dados utilizados no estudo foram coletados por meio da aplicação de dois questionários em uma amostra de 357 enfermeiros de 41 unidades do sistema de saúde canadense. Pesquisa prévia mostra que o bullying é predominante no setor de saúde, especialmente entre enfermeiros.

As pesquisas utilizaram uma série de perguntas para avaliar o nível de intimidação em cada unidade de enfermagem, bem como a experiência individual de bullying de cada entrevistado. Os pesquisadores identificaram a intenção dos entrevistados de sair do emprego em unidades onde o bulling era ‘penetrante’, avaliando suas reações positivas ou negativas para afirmações como: “Se eu tivesse uma chance, eu mudaria para outra organização.”

Resultados mostram que todos entrevistados que sofreram bullying, direta ou indiretamente, relataram um maior desejo de abandonar seus empregos do que aqueles que não o fizeram. Além disso, os resultados também indicam que os profissionais que vivenciaram a experiência como espectadores em suas unidades – com maior ou menor frequência – relataram vontade ainda maior de se desligarem dos atuais empregos.

Robinson adverte que, mesmo que os funcionários não deixem seus cargos em função do bullying, a produtividade de uma organização pode sofrer severamente se seus profissionais têm um desejo não realizado de sair.

“Os gestores precisam estar cientes de que o comportamento é generalizado e pode ter um efeito de expansão que vai muito além das vítimas”, diz a pesquisadora, que conclui: ” em última análise, os intimidadores podem ferir o resultado econômico de uma empresa e precisam ser corrigidos com rapidez e publicamente para que a ‘ justiça’ seja restaurada no local de trabalho.”

Fonte: R7

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