sexta-feira, 20 de julho de 2012

Enfrentamento das condições geradoras de violência nas escolas conta com ação integrada do governo

Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG está desenvolvendo metodologia para diagnosticar situação de todas as escolas da rede pública estadual

Através de um diagnóstico amplo, que vai abranger toda a rede pública estadual de ensino de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) buscará conhecer a realidade objetiva das 3.762 escolas. A expectativa, segundo o professor da UFMG e coordenador do Crisp, Cláudio Beato, responsável pelo projeto, é fazer um retrato que "ultrapasse as questões relacionadas à violência", fornecendo evidências para que sejam elaboradas políticas públicas ampliadas.
A expectativa é que ainda no início deste segundo semestre o Crisp apresente para a Secretaria de Educação resultado do teste metodológico do diagnóstico, que está sendo realizado em seis escolas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Essas escolas, duas de cada uma das superintendências regionais da RMBH, integram o projeto Escola Viva, Comunidade Ativa, que atende mais de 500 escolas da rede pública estadual mineira.

O pré-teste deve ser concluído ainda em julho e a previsão é que o início da pesquisa se dê a partir de agosto deste ano. O trabalho prevê, ainda, a implantação de banco de dados integrado para as secretarias de Estado de Educação (SEE) e de Defesa Social (SEDS) e das Polícias Militar (PMMG) e Civil de Minas Gerais (PCMG). Este projeto e outras ações relacionadas ao tema foram apresentados por representantes do Governo de Minas à Comissão de Negociação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) durante reunião realizada na tarde da última segunda-feira (16-07).

Secretária adjunta de Educação, Sueli Pires, apresenta ações e programas desenvolvidos pelo Governo de Minas para enfrentar condições geradoras de violência
Secretária adjunta de Educação, Sueli Pires, apresenta ações e programas desenvolvidos pelo Governo de Minas para enfrentar condições geradoras de violência
 
Participaram da reunião, pelo Governo de Minas, a secretária adjunta, Maria Sueli Pires, a subsecretaria de Informações e Tecnologias Educacionais, Sônia Andere Cruz, da Secretaria de Educação (SEE); a subsecretária de Gestão de Pessoas, Fernanda de Siqueira Neves e o superintendente de Política de Recursos Humanos, Alvimar José Tito, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag); e a chefe de gabinete do Escritório de Prioridades Estratégicas, Mônica Bernardi. Pelo Sind-UTE/MG, compareceram a coordenadora Beatriz Cerqueira, e as integrantes da Comissão de Negociação, Marilda Araújo, Feliciana Saldanha e Lecioni Pereira.

Durante o encontro, representantes do governo e do sindicato conversaram sobre resolução que estabelece critérios para o afastamento em férias-prêmio dos servidores da Secretaria de Estado de Educação em exercício nas escolas estaduais. O documento, publicado no Diário Oficial de Minas Gerais, no dia 02 de julho, determina que o percentual de servidores com direito ao afastamento será de 20%, sendo 10% por semestre. De acordo com representantes do sindicato há dúvidas de entendimento em relação a alguns trechos da resolução, entre eles, por exemplo, sobre o que pode ser considerado "próximo da aposentadoria". Segundo os integrantes do Governo, o conteúdo será reavaliado e, caso necessário, poderá ser divulgada uma instrução normativa que oriente a aplicação da resolução.Integrantes do Governo assumiram o compromisso de revisar o conteúdo e apresentar os aperfeiçoamentos na redação do texto para facilitar a compreensão dos servidores.

Integrantes do Governo solicitaram também aos representantes do sindicato que enviem os seus comentários sobre a minuta do projeto de lei que regulamenta a destinação de 1/3 da jornada de trabalho dos professores para atividades extraclasse. A proposta foi apresentada pelo Governo de Minas no dia 21 de junho e a minuta do projeto de lei encaminhada à direção da entidade na última semana. O Governo de Minas aguarda as considerações para analisá-las e para prosseguir no encaminhamento da questão, ou seja, enviar o projeto de lei para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os representantes do Sind-UTE/MG afirmaram que irão encaminhar a resposta sobre o conteúdo da minuta do projeto de lei. Também ficou definida a data da próxima reunião, a ser realizada no dia 7 de agosto.


Ações integradas
O Governo de Minas desenvolve ações e programas integrados para enfrentar as chamadas condições geradoras de violência nas escolas estaduais do estado. As iniciativas estão agrupadas em cinco eixos: estudos, pesquisas e monitoramento para realizar diagnóstico sobre a situação das escolas; sensibilização, formação e capacitação em mediação de conflitos; ampliação da agenda intersetorial e incremento de parcerias interinstitucionais; investimentos em infraestrutura física; ações de divulgação e comunicação.

Além do diagnóstico, que está sendo realizado pela UFMG, outra iniciativa, desenvolvida em parceria com outros órgãos de Governo, é a realização de cursos de formação. Especialistas em segurança pública da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e da Polícia Civil desenharam cursos presenciais que estão sendo oferecidos aos servidores da educação. Os cursos buscam orientar os servidores a lidar com questões geradoras de violência e de mediação de conflitos. Os cursos serão oferecidos pela Magistra, a escola de formação e desenvolvimento profissional lançada pelo Governo de Minas, que funciona na antiga sede da SEE, no bairro Gameleira. Aproximadamente 750 profissionais da educação foram capacitados no curso de mediação e outros cinco mil irão ser capacitados pelo Programa Aliança pela Vida - Prevenção em Pauta (combate ao uso de drogas), parceria entre as secretarias de Educação e da Saúde (SES).

Existem também ações que objetivam ampliar a agenda intersetorial e o incremento de parcerias institucionais. A Secretaria de Estado de Educação é uma das apoiadoras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na promoção do Fórum Técnico Segurança nas Escolas. O Fórum, que acontece entre os dias 04 e 06 de outubro, tem entre seus objetivos levantar os problemas enfrentados pelos alunos e profissionais da educação decorrentes da violência dentro e fora do ambiente escolar e discutir propostas de integração de órgãos e políticas públicas relacionadas à questão de fatores geradores de violência.
 
Destaca-se ainda a ampliação da Secretaria de Educação no Forpaz, o fórum de promoção da paz nas escolas, e a realização de seis fóruns regionais em 2012, abrangendo aproximadamente 2.500 profissionais da Educação em quase 30 das 47 superintendências regionais de ensino. O primeiro fórum regional foi realizado no último mês em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e o próximo acontece em agosto, na cidade de Divinópolis.

A partir de 2012, 1% dos recursos orçamentários da Secretaria de Educação é destinado para ações e projetos para a prevenção do consumo de drogas

A SEE vem implementando também ações para prevenir as condições geradoras de violência nas escolas. Por meio de uma parceria com o Canal Minas Saúde (TV, rádio e web), as escolas vão ter acesso a uma série de conteúdos que têm como objetivo tratar as questões geradoras de violência. Para garantir o acesso de todas as escolas aos conteúdos do Canal Minas Saúde, a SEE já instalou antenas em duas mil escolas. Nas outras 1779 escolas restantes estão sendo instaladas antenas, que vão permitir a transmissão dos conteúdos. A Secretaria investiu R$ 4 milhões na aquisição das antenas.
 
A partir de 2012, 1% dos recursos orçamentários da Secretaria de Educação é destinado para ações e projetos para a prevenção do consumo de drogas

A Secretaria de Educação também realiza outras ações com o objetivo de lidar com as condições geradoras de violência que, de alguma maneira, produzem impactos dentro das escolas. A partir de 2012, 1% dos recursos orçamentários da Secretaria, cerca de R$ 8 milhões, estão sendo investidos em ações contra o consumo de drogas. Parte deste recurso, em torno de R$ 3 milhões, será utilizada na aquisição de patrulhas escolares, que são grupamentos especiais da Polícia Militar que lidam especificamente com questões dos conflitos dentro ou próximos das escolas, mas que envolvem a escola.

Os representantes do Sind-UTE/MG sugeriram ao Governo de Minas que se crie ainda uma espécie de protocolo de atenção para lidar com as condições geradoras de violência dentro das escolas. Para os integrantes da entidade, este protocolo uniformizaria os procedimentos e ajudaria a orientar os diretores das escolas. A Secretaria de Estado de Educação considerou a sugestão adequada e irá apresentar uma proposta para a entidade.

Fonte: Secretaria de Educação do estado de Minas Gerais

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