quinta-feira, 13 de abril de 2017

Treze motivos para se apaixonar por 13 Reasons Why

i, é a Hannah. Hannah Baker. Não ajuste seu… o que quer que esteja usando para ouvir isso. Sou eu, ao vivo e em estéreo (…). Acomode-se, porque vou contar a história da minha vida.
Mais especificamente de porquê minha vida acabou. E se você estiver ouvindo essa fita… Você é um dos porquês.”
E assim começa a primeira fita de Hannah Baker. A série dividida em 13 episódios conta a história de Clay Jensen, um garoto de 17 anos que algumas semanas após a morte da amiga e paixão platônica, recebe uma caixa de sapatos com 13 fitas cassete que explicam os treze principais motivos que a mataram. Ou melhor: as treze pessoas que a mataram. A regra é clara: ele deve ouvir e repassar as fitas, ou elas são enviadas à mídia e todos descobrirão os segredos dos alunos de Liberty High.
13 Reasons Why surgiu a partir de um livro com o mesmo nome (Os 13 porquês, em português. Publicado pela editora Ática, 2009) escrito por Jay Asher e adaptado para as telas por Bryan Yorkey. Originalmente, este deveria ser um filme protagonizado por Selena Gomez, mas ela decidiu ficar por trás dos bastidores e ajudou brilhantemente na produção de todos os treze episódios.
Em menos de duas semanas da sua estreia, a série já ajudou muitas pessoas – porque infelizmente, ainda é muito difícil poder falar abertamente de assuntos como bullying, abuso e objetificação sexual – e é muito importante o impacto que ela teve até então nos espectadores. Ainda que tenha muito impacto positivo, cada vez mais especulações de que a série esteja encorajando jovens a machucar a si mesmos estão surgindo. Os próprios atores tiveram que contar com uma equipe de médicos e psicólogos para lidar com a emoção que pairava no ar durante as gravações.
Que 13 Reasons Why é polêmica, não resta dúvida, certo? Conforme Dylan, “Como não glamourizar o que a Hannah faz? É fazendo você se apaixonar por ela, se importar com ela, e deixando você de coração partido com a ideia de ela tirar a própria vida. Você sabe como a história vai acabar, mas no meio você já esqueceu e pensa: Ela vai sair dessa.” (Fonte: Cinema.uol). Os próprios diretores confessaram que já receberam muitas mensagens e vídeos de fãs que compartilhavam suas histórias e como a história de Hannah os ajudou a ter forças em momento difíceis.
O ponto mais importante de toda a história, é mostrar como o  Bullying e a violência (mental, física ou sexual) podem afetar uma pessoa. é Importante ver que, mais que um seriado minuciosamente pensado, 13 Reasons retrata a realidade de muitos jovens e adultos pelo mundo inteiro e deve ser tratado com a seriedade que merece.
Mas a pergunta que não sai da cabeça, principalmente se você ainda não assistiu, é: por que a história dessa garota que se suicidou – série que estreou a menos de duas semanas – se tornou tão popular em tão pouco tempo? Confira a seguir alguns deles:

1Atenção aos Detalhes

Um grande problema de século XXI é a urgência e não perder tempo com trivialidades e acabar fazendo tudo “mastigado”; esse problema não aconteceu em 13 Reasons. A produção pensou em tudo, desde a paleta de cores nas cenas (que nos flashbacks é mais viva e após o suicídio de Hannah puxa mais cores frias, como o azul e roxo), até a duração da série + making off (que totalizam exatamente 13 horas) e na preocupação com o elenco que passava por muito estresse com as cenas de violência mental e sexual; por conta disso, a produção deixou vários cachorros no local para tratamento e descontração.

2Trilha Sonora

A trilha sonora é incrível! Foi pensada cuidadosamente para suprir todos os momentos da série. The cure, Joy Division e a própria Selena Gomez têm músicas na trilha sonora que se encaixam perfeitamente em alguns momentos da série – e da vida. Vale à pena conferir; vou deixar duas das melhores músicas aqui aqui pra quem quiser conferir.

3Essa cena:

“Você vai dizer que isso não é grande coisa, mas deixe eu te dizer como é ser solitário… Os humanos são uma espécie social, a gente acredita em relações para sobreviver – mesmo as interações sociais mais simples nos ajudam. As estatísticas provam que o sentimento de solidão pode aumentar 23% a probabilidade de morte prematura. Parece a citação de um livro escolar, certo? Acertou! Pena que ninguém se preocupou em ler…
(…) O tipo de solidão que eu estava falando é quando você sente que não sobrou nada, nada nem ninguém. Como se estivesse se afogando e ninguém jogasse uma corda”.   Fita 4, Lado A.

4A Série te faz questionar sobre tudo e todos

Como vocês podem ver no motivo anterior, essas e outras palavras ditas por Hannah Baker te fazem questionar sobre toda a sua vida. Sobre como, em algum momento da sua vida, você já foi Hannah Baker, mas como todo mundo algum dia também já foi um motivo. Você vai se pegar pensando na história de Hannah por horas antes de dormir, queira ou não. Boa sorte pegando no sono.

5As gravações foram feitas numa escola real

Para manter a autenticidade, as gravações foram feitas na Northern California’s Analy High School, na Califórnia, durante o período de férias escolares. Tudo para manter o clima mais real possível.

6Livro

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Como já falado antes, a série é a adaptação do livro escrito por Jay Asher; o livro levo 9 anos para ser escrito e tem inspiração na história real de várias adolescentes. Aqui no Brasil, os 13 porquês virou até livro didático em algumas escolas do Rio de Janeiro. Pra quem gostou da série, vale à pena dar uma conferida no livro.

7Realidade

Os produtores de 13 Reasons Why não tiveram medo de abordar assuntos tabus como drogas, desigualdade social, bullying e estupro. As duas cenas de estupro que ocorrem na série, bem como a falta de justiça para aqueles que podem pagar pela liberdade são abordados sem cerimônia – o que fez com que os produtores fossem criticados fortemente. Outros temas como homossexualidade, relacionamentos abusivos e bullying também são explorados sem pudor.
Minha opinião? Estava na hora de falarmos sobre esses assuntos sem medo. Tudo que é abordado na série e que a família tradicional brasileira não gostou de assistir é a realidade para milhões de pessoas em todo o mundo. Homens e mulheres sofrem abuso todo dia, sem poder discutir sobre porque é tabu. Mais uma vez, meus parabéns à equipe produtora.

8Clay Jensen

Dylan Minnete ajudou a criar o personagem Clay Jensen do zero. O ator escolheu o estilo musical do personagem baseado em si próprio e na trilha sonora da série, além de decidir que pôsteres seriam colocados em seu quarto e muito de como seria a personalidade do personagem.
Tudo isso resultou no Clay Jensen mais amorzinho que você respeita; a sinceridade de sentimentos e o desejo de proteger a memória de Hannah é um dos motivos pelos quais 13 Reasons Why mexe tanto com a cabeça do expectador.

9Crítica ao meio tradicional de educação

Só nos últimos dois anos, o número de notícias sobre violência dentro do ambiente escolar aumentou em mais de 50%. Na série, conseguimos ver claramente como o sistema escolar arcaico adotado por escolas americanas (apesar de o Brasil não sair ileso dessa) está ruindo. É legal observar essas críticas e ver como pessoas de todo o mundo querem mudar e ser parte dessa mudança. Em uma das fitas, Hannah diz:
“Sonhe grande, eles dizem. Mire alto. Depois eles nos trancam por 12 anos e nos dizem onde sentar, quando fazer xixi e o que pensar. Então fazemos 18 anos e, mesmo que nunca tenhamos pensado sozinhos, temos que tomar a decisão mais importante das nossas vidas”.

10Alex e Justin

Os atores Miles Heizer (que encarna o charmoso Alex) e Brandon Flynn (que interpreta o galã às avessas Justin) são o mais recente alvo dos Ships de todo o mundo; o casal possui várias fotos amorosas no instagram juntamente com nossos corações.
Juntos à pelo menos um ano, Miles e Brandon demonstram sempre que possível o carinho que sentem um pelo outro. Já têm meu ship eterno!

11As 13 horas mas rápidas da sua vida

No total, 13 Reasons Why tem exatamente 13 horas, mas pode acreditar quando digo que você vai acabar toda a temporada em tempo recorde e pensar: Ok, e agora? O que faço da vida?

12Hannah Baker

Se você assistiu toda a série, leu esse artigo até aqui e ainda assim acredita que as pessoas se machucam simples e puramente por atenção, te peço para que feche essa página e nunca mais volte a ler algo sobre o assunto novamente. Depressão não é frescura, não é covardia e não é coisa de gente mimada; é um problema real que afeta quase 40% da população.
Hannah é um exemplo disso; uma menina bonita, que sorria e tentava sempre que possível dar a volta por cima, se matou. Uma menina que tinha um belo futuro pela frente, mas nunca foi valorizada como deveria. E o jeito como a atriz Katherine Langford consegue mostrar o sofrimento diário e a esperança de viver da Hannah faz com que você se apaixone de cara – pela personagem e pela atriz. É difícil acreditar que ela está morta (eu mesma só acreditei no último episódio quando vi que tinha um corpo).

13Se você está lendo isso e se identifica demais com a Hannah, eu queria te falar algumas coisas:

Você não é o que as pessoas falam de você, sua vida não é e nunca deve ser baseada somente nos seus erros. Mesmo que você nunca tenha sofrido um estupro, nunca tenha sofrido bullying ou tenha pensado em acabar com a própria vida, isso não te dá o direito de se julgar melhor ou piro que ninguém.
Todos já foram Jessica, escolhendo não ver a verdade que estava diante de si; já foram Alex, abrindo mão de si mesmos para ser aceitos. Todo mundo já foi Clay alguma vez na vida, só percebendo o erro quando já era tarde demais. E todos já foram Hannah, desesperados por um pouco de amor; tentando – e geralmente falhando – na busca de alguém que possa preencher o vazio. O importante e mais impactante na série, é a percepção de como uma dúzia de palavras pode mudar toda a vida de uma pessoa.
A grande mensagem de 13 Reasons é a seguinte: não tenha medo de ser quem você é, não importa o que os outros pensem. Palavras podem ser o bote salva-vidas ou a pedra amarrada aos seus pés – cabe a cada um de nós ser um motivo para manter alguém vivo.
Em cada um dos treze episódios podemos ver dois lados: o impacto que um suicida causa nas pessoas ao redor e impacto que as pessoas causam em pessoas com depressão. O pior, é que Hannah estava sozinha. Talvez, se uma pessoa tivesse se importado o suficiente, ela estaria viva.
E você? Está olhando bem para as pessoas ao seu redor?
Amanda Ramos de Souza. Nascida em Blumenau em 1996, mas com espirito e 50% do coração gaúcho. Desde criança deixava os amiguinhos falando sozinhos pra jogar videogame e assistir a maratona de animes do Cartoon. Hoje, aos 21 anos, sou apaixonada por séries, com 246 livros na estante e incontáveis noites sem dormir porque "preciso passar só mais essa missão". Levemente romântica, apaixonada por tudo que tenha a ver com a lua e aspirante a bióloga.

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