quinta-feira, 8 de junho de 2017

Projeto quer acabar com bullying homofóbico nas escolas

Iniciativa da associação ILGA Portugal começa no norte do país. Justificam-na porque jovens homosexuais "testemunham comentários e comportamentos negativos em contexto escolar"


Alunos em protesto contra reação homofóbica 


A Associação ILGA Portugal lançou um projeto para combater o bullying homofóbico e transfóbico, dirigido a estudantes de escolas da região norte, uma iniciativa que pretende alargar a todo o país.
Aliança Da Diversidade (ADD) é o nome do projeto de “promoção da cidadania ativa de jovens em contexto escolar na região norte do país”. Será também disponibilizado um atendimento e acompanhamento psicossocial semanal a jovens LGBTI, ou seja, de orientação Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo.
Em comunicado, a ILGA Portugal recupera dados da Agência para os Direitos Fundamentais da União Europeia, segundos os quais, "94% dos jovens LGBT ouvem ou testemunham comentários e comportamentos negativos em contexto escolar em Portugal”.
As vítimas de crimes de ódio e de discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género são bastante jovens. A violência é muitas vezes exercida por colegas e por familiares, e raramente é denunciada”, referem os dados citados pela ILGA Portugal – Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo.
Jovens LGBTI reportam mais episódios de bullying e discriminação, correndo maior risco de exclusão. Tal como demonstrado de forma exemplar no episódio recente ocorrido na Escola Secundária de Vagos, em Aveiro, promover a solidariedade entre pares e a visibilidade neste âmbito é a melhor forma de prevenir a violência e a discriminação”, afirma o coordenador do projeto, Telmo Fernandes.

Inquérito a alunos

A ILGA lança também esta quarta-feira um “Estudo Nacional sobre o Ambiente Escolar”, dirigido a jovens LGBTI com mais de 14 anos e que estejam a frequentar o ensino regular ou profissional.
O estudo visa “aprofundar o conhecimento acerca das experiências de jovens LGBTI em contexto educativo, que em boa medida permanecem ‘invisibilizadas’ pelas práticas, currículos, manuais e regulamentos escolares, e cujas vivências de discriminação são em grande medida silenciadas e permanecem por denunciar”, adianta.
O questionário, confidencial e anónimo, pode ser acedido em enea.ilga-portugal.pt. Os resultados serão divulgados no final do ano e pretendem contribuir para a “implementação de políticas educativas inclusivas mais eficazes”.
O estudo tem o apoio técnico da organização norte-americana GLSEN e conta com a colaboração do Centro de Psicologia da Universidade do Porto e do Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE-IUL.




Nenhum comentário:

Postar um comentário