quarta-feira, 2 de julho de 2014

O bullying como estratégia contra os liberais

DIÁRIO DA MANHÃ
GEANLUCA LOREZON

.“Você quer acabar com as escolas públicas porque não quer que pobres sejam educados”
Esse ataque sempre vem seguido de outro: você é um hipócrita por ser um liberal e estudar em uma Universidade Pública.
A ignorância, novamente neste caso, começa pelo fato de que os agressores jamais – sequer – se perguntaram porque os liberais são a favor do ensino privado. O máximo que alguns conseguem rascunhar é “porque eles acham que tudo que é público é ruim”. Bem, não é (só) essa a questão.
A necessidade do ensino privado gira em torno de uma palavra chave: liberdade. É inacreditável que as pessoas não enxerguem o caráter notadamente fascista da existência de um sistema todo público de educação. Ignorantes históricos aqueles que se esquecem a forma como Hitler e Mussolini chegaram ao poder, e puderem impor suas ideologias pela Europa Ocidental.
Mais do que isso, o fascismo apresenta-se gritante com a simples ideia de que seria ‘ok’ que um governo controlasse o que as pessoas deveriam estudar, como deveriam e onde deveriam. Onde estariam as mais importantes descobertas científicas dos últimos séculos caso os governos mantivessem sob seu estrito e ditatório controle o meio acadêmico? Einstein não revolucionou a física sob as ordens de um burocrata.
As melhores Universidades do mundo, notadamente o atual Top Ten, não estão sob o domínio e propriedade de governos. O princípio da liberdade acadêmica, essencial para o avanço da ciência, está firmado nos documentos relacionados à primeira universidade da humanidade, em Bologna (Itália), no que ficou conhecido como Constitutio Habita. Se hoje já vemos o MEC escancaradamente doutrinar nossos alunos e promover suas agenda marxista, imagine se tivéssemos o controle total da educação por parte do Ministério. Independente de ideologias, seria uma possibilidade real de tirania.
O que os liberais querem é que os mais pobres tenham a mesma liberdade de escolher educação do que os mais ricos. Não existe um tipo de educação que serve para todos.[4] Essa é a razão pela qual a educação deve ser privada: para que a liberdade e a ação humana deem diferentes opções para diferentes pessoas. Nesse cenário, liberais como Milton Friedman propõem programas de vouchers (bolsas), dando oportunidades de verdade para aqueles financeiramente prejudicados, para que possam escolher (junto com suas famílias) a educação que querem ter.
A acusação de que seria hipócrita para um liberal estudar em uma Universidade Pública é tão ridícula quanto ignorante. Primeiramente, não existe universidade livre no Brasil. A regulação opressora do MEC controla direta e indiretamente todos os estudos à nível superior. Sem contar que pagamos uma carga tributária estrondosa. Mas essas não são a questão principal.
O que define a ignorância gira em torno de aspectos econômicos. A maioria dos estudantes liberais no Brasil não estudam em universidades públicas por opção, mas pela macrocondição imposta pelo governo, uma vez que eles estão, no que eu chamo, de public fence.
É fato incontroverso que a maior parte da classe “média” brasileira (nos critérios do governo) está em uma área de possibilidade de consumo que permite que pague uma escola particular, mas não uma universidade privada. E isso ocorre por duas razões – ambas criadas pelo governo.
A primeira puxa os estudantes pra baixo: a alta carga tributária diminui drasticamente a renda da população, acabando com a criação de riquezas; com a inflação, o governo talha as pessoas mais humildes e pulveriza seus poderes de investir em educação.
A segunda empurra as universidades pra cima: também em razão da alta carga tributária, as mensalidades ficam mais caras, e a regulação do MEC impede a livre concorrência, o que ocasiona na elevação do preço e na baixa disponibilidade de diversificação e qualidade, sem contar na inflação corroendo os salários dos professores.
(Geanluca Lorezon, acadêmico de Direito pela UFSM, competidor premiado em Direito Internacional e Especialista do Instituto Liberal)

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